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SOBRE O TEMPO (1986)

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Parar o tempo: já viu

Chocar-se o vento silente,

Em manhã clara de abril,

No tempo parado à frente?

 

Ganhar tempo: é possível

Algum gajo encantado

com o brilho intangível

Do tempo presenteado?

 

Passar o tempo: sabia

Que numa neblina turva

Passa o tempo em rodovia

E some longe na curva?

 

Perder tempo: é notado

Um longo tempo perdido

De tal modo etiquetado

Ser ao dono devolvido?

 

Você não pára o que não vai.

Não se ganha o que não vem.

E nem passa o que não sai.

Você não perde o que não tem