Você sabe que todas as pessoas tem sangue no organismo, mas há vários tipos sanguíneos. O interessante é que o sangue é classificado de acordo com a presença ou ausência de determinados componentes na superfície dos glóbulos vermelhos. A diferenciação dos tipos sanguíneos é essencial para se certificar da compatibilidade, antes de uma transfusão.

A história relata que o primeiro sistema, conhecido como ABO, foi descoberto pelo médico austríaco Karl Landsteiner, em 1900. O estudo se baseou nas proteínas do plasma e anticorpos na superfície de cada grupo sanguíneo. Saiba como a composição e a compatibilidade funcionam:

– Sangue tipo A: possui proteína A e anticorpos anti-B, portanto, o corpo rejeita qualquer sangue que tenha a proteína B.

– Sangue tipo B: possui proteína B e anticorpos anti-A, portanto, o corpo rejeita qualquer sangue que tenha a proteína A.

– Sangue tipo AB: possui as proteínas A e B e nenhum anticorpo, caso contrário, atacaria a si próprio, portanto, pode receber qualquer sangue.

– Sangue tipo O: não possui as proteínas A e B, produzindo anticorpos anti-A e anti-B e só pode receber sangue do seu próprio tipo.

Uma curiosidade interessante é que com base nessa compatibilidade, o sangue tipo O é considerado o “doador universal”, pois pode doar para todos, enquanto o sangue AB é o “receptor universal”, podendo receber todos os tipos sanguíneos.

A segunda classificação, chamada de fator Rh, também foi descoberta pelo próprio Karl Landsteiner, 27 anos após o sistema ABO. O experimento foi feito com o sangue de macacos Rhesus e, por isso, recebeu o nome de Rh. Nesse sistema, existem apenas as categorias positivo e negativo, de acordo com a presença ou ausência de uma proteína, o fator Rh, que é outra variante importante para a compatibilidade na transfusão sanguínea. É preciso atenção, pois o sangue Rh positivo pode receber tanto o seu similar quanto o Rh negativo, enquanto o negativo não pode receber o Rh positivo.

Os tipos sanguíneos são divididos de acordo com as duas classificações, existindo, portanto, os sangues: A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O-. Receber um sangue incompatível é extremamente perigoso e pode causar a coagulação intravascular, pois o anticorpo identificará a nova proteína como uma ameaça. Por essa razão, quando uma pessoa precisa de transfusão de sangue com urgência e não se sabe qual é o seu tipo sanguíneo dela, a equipe médica usa somente o sangue O- (sangue O Rh negativo), que é o doador universal..

Em 1961, foi descoberta outra variação sanguínea, denominada como sangue dourado. Por uma mutação genética, algumas pessoas não são nem positivo nem negativo em relação ao fator Rh. O sangue é considerado Rh nulo. A diferença entre o negativo e o nulo é que, apesar de o negativo não ter a proteína que o distingue do positivo, apresenta outras proteínas do sistema Rh, enquanto o nulo não tem nenhuma proteína do sistema Rh na superfície das células.

Por enquanto, poucos casos de sangue nulo foram identificados, sendo que estão concentrados em cinco países: Brasil, Colômbia, Japão, Irlanda e Estados Unidos. Pela raridade desses casos, foi feita uma analogia ao ouro e a variação ganhou o nome de ‘sangue dourado’. Ele é muito precioso, pois pode ser doado para qualquer pessoa, mas só pode receber outro sangue nulo, representando uma grande preocupação para os raros indivíduos com esse tipo sanguíneo.

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