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POEMA RIMADO (1978)

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Pode ser que tudo mude

Pode ser que o capital

Seja bolinha de gude

Nos bolsos do social.

 

Pode ser que o tempo mude,

Que esse imenso temporal

Seja neblina de açude,

Garoa de carnaval.

 

Ou então que o sonho mude,

Pode ser que esse ideal

Seja um sono que ilude

Sem sintoma e sem sinal.

 

Pode ser que a cena mude

E que esteja no final,

Um grande barril de grude

Colando o mau com o mal.

 

Ou então que nada mude

Que esse triste lamaçal

Seja apenas o prelúdio

Da sinfonia total.